A intenção sábado era fazer um salmão grelhado, mas quando acordei e vi aquele tempinho mais fresco, me enchi de razão e decidi fazer uma feijoada de última hora. O fato de eu ter a maioria dos ingredientes incentivou essa decisão. Só faltavam a carne de porco e a carne seca. Comprei costela e lombo, mas me recusei a pagar quase R$ 19,00 em MEIO quilo de charque no Pão de Açúcar. Conclusão: vai rolar um improviso com o lagarto descongelado na noite anterior! Então vamos lá! Cortei a costela e o lombo salgados e coloquei para cozinhar. Para tirar completamente o sal deixo a carne ferver durante uns 10 minutos e troco a água. Faço isso umas 4 vezes ou até a carne ficar bem molinha e estiver completamente dessalgada. Coloquei um pouco mais de meio pacote de feijão preto para cozinhar na panela de pressão com bastante água, duas colheres de sal e folhas de louro. Enquanto a carne e o feijão cozinhavam, fatiei a linguiça calabresa defumada e piquei a cebola, o alho, o bacon e a couve e fiz a farofa. Para a farofa, usei meia linguiça calabresa picada, meia cebola, uma colher cheia de margarina e um ovo. Fritei a calabresa na manteiga, acrescentei a cebola e deixei cozinhar até ficar bem dourada. Adicionei duas xícaras de farofa pronta temperada nesse refogado, um pouco de salsinha e misturei tudo. Para não ficar tão seca, acrescentei um ovo e misturei bem. Farofa pronta. Próximo passo: improvisar a carne seca. Cortei o lagarto em cubos e temperei com bastante sal grosso. Deixei descansar um pouco e coloquei para cozinhar numa panela normal com água. Depois de ferver, troquei a água e coloquei para cozinhar na panela de pressão por cerca de meia hora. Quando o feijão ficou pronto (uns 10 minutos depois da panela pegar pressão. Ele deve estar um pouco duro, pois vai terminar de cozinhar com a carne), fritei o bacon, a cebola, o alho e a linguiça em um pouco de óleo em outra panela. Juntei metade do feijão, acrescentei os temperos - salsinha, pimenta do reino e pimenta calabresa e um pouco de sal - e deixei cozinhar durante uns 5 minutos e acrescentei o restante do feijão. Enquanto o caldo do feijão engrossava, fiz o resto dos acompanhamentos - arroz, couve e banana à milanesa. Ou melhor, não fiz nada. Inacreditavelmente o gás acabou! Sério isso, bicho? Sério. Mas isso não seria problema, afinal de contas, estamos em São Paulo e há várias empresas de entrega de gás, certo? Errado. Pelo menos em um sábado de feriado. Depois de ligarmos para praticamente todas as empresas de entrega de gás listadas no Google, sem sucesso, foram Julio e André à busca do gás perdido. Enquanto isso, a platéia faminta - já era 4 da tarde - buscava uma resolução imediata para caso: tudo no microondas. A couve foi um sucesso! Coloquei a verdura em um refratário com duas colheres de água e deixei cozinhar em potência alta por quatro minutos. Tirei a couve do recipiente e coloquei o alho, a cebola e um pouco de azeite para refogar no microondas durante 4 minutos. Depois, foi só misturar a couve pronta nesse refogado. O resultado foi impressionante! Não ficou devendo nada para a couve feita na panela. Pena que a feijoada não teve o mesmo sucesso. O feijão cozinha, mas o caldo não engrossa de jeito nenhum! Eis que, quase 40 minutos depois, chegam Julio e André com o botijão de gás nas costas. Em tempo: as pessoas estavam quase trocando a minha feijoada pelo mamitex do boteco da esquina. Mas, a partir daí, tudo voltou ao seu curso normal: a minha cunhada Karla cuidou das suas tradicionais bananas à milanesa (basta empanar as bananas no ovo e na farinha de rosca com açúcar e fritar até ficarem bem coradas) e a outra Carla, minha amiga, do arroz (me recuso a passar a receita do arroz). Para companhar, batidinha e caipirinha de limão. Para a batida, usei seis limões, três colheres de açúcar, bastante gelo e cachaça (à gosto). Misturei bem e servi. O responsável pela caipirinha foi o André, que cortou um limão em rodelas, acrescentou duas colheres de açúcar, encheu o copo de gelo e completou com Ypioca ouro - de lamber os beiços!!!!! Tomamos umas 3 dessas, a jarra inteira de caipirinha e mais umas quatro caixas de cerveja. Depois ainda tivemos fôlego (ou fígado) para prestigiar o nosso querido amigo Wanen, que estava fazendo aniversário em um bar na região! Ninguém precisa falar sobre o dia seguinte, né?
Depois dos contratempos...
Tudo deu certo!